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terça-feira, 29 de março de 2011

Fundamentação legal do Ensino Religioso.

          Podemos definir a educação das mais diferentes formas e com parâmetros diversos, mas, em se tratando de seu objetivo final, todas as definições convergem para o desenvolvimento pleno do sujeito humano na sociedade. É aqui onde o Ensino Religioso fundamenta a sua natureza: o homem para adquirir seu estado de realização integral necessita da perfeição religiosa, também.
          Ensino Religioso é a disciplina à qual se confia, do ponto de vista da escola leiga e pluralista a indispensável educação da religiosidade. Aqui, já vale observar a necessidade de se superar uma posição monopolista e proselitista, para que haja uma autêntica educação da religiosidade inserida no sistema público de educação em benefício do povo.
          Artigo 33 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de1996, (já alterado pela Lei 9475/97) que estabelece as diretrizes e bases das educação nacional. O Congresso Nacional decreta: Art. 33 - "O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, (e médio, ratificando o artigo 209 da constituição Estadual de 1989 - Parecer CEED/RS 200/97), assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 1º - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. 2º - Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso".
          O Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul - CEED/RS, ao normatizar, através da Resolução 256/2000, as responsabilidades quanto à definição dos conteúdos para o Ensino Religioso, atribuiu à Secretaria de Estado da Educação a tarefa de construir parâmetros curriculares, ouvindo a entidade civil constituída pelas diferentes denominações religiosas; e às escolas, a tarefa de operacionalizar a definição dos conteúdos, a partir de seus projetos políicos pedagógicos e dos parâmetros fixados para essa nova área do conhecimento.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Animismo.

          O termo Animismo foi criado pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Tylor, em 1871, na obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva). Pelo termo Animismo, Tylor designou a manifestação religiosa imanente a todos os elementos do Cosmos (Sol, Lua, Estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite); é um princípio vital e pessoal, chamado de ânima, o qual representa significados variados:
* cosmocêntrica - significa energia;
* antropocêntrica - significa espírito;
* teocêntrica - significa alma.
          Consequentemente, todos esses elementos são passíveis de possuirem: sentimentos, emoções, vontades ou desejos e até mesmo inteligência. Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas são vivas", "Todas as coisas são conscientes", ou "Todas as coisas têm ânima".
          O Animismo possui três simples regras:
- Tudo no Cosmo tem ânima;
- Todo o ânima é transferível;
- Tudo ou todo que transfere ânima não perde a totalidade de seu ânima, mas quem ou que o recebe perde parte ou a totalidade de seu ânima, o qual será tomado pelo ânima doador.
          A partir da década de 1950, o termo deixa de ser utilizado pela Antropologia por ser considerado muito genérico, uma vez que se aceita que elementos animistas estão presentes em quase todas as religiões.
          Atualmente, discute-se quais foram historicamente os primeiros cultos que deram origem a todas as religiões e a todos os deuses. Alguns historiadores e cientistas defendem a tese de que foram os mitos politeístas, enquanto outros afirmam que foram os cultos animistas.

                                                   Uso do termo no espiritismo

          Na literatura espírita, o termo animismo é usado para designar um tipo de fenômeno onde é o espírito encarnado do próprio médium que se manifesta por ele.
          Para melhor entendimento desse fenômeno, podem-se usar as denominações utilizadas pelo estudioso espírita Hermínio Miranda, quais sejam, a de chamarmos o espírito, que, segundo o Espiritismo, tem uma infinidade de existências, de individualidade, enquanto cada uma das existências do mesmo é uma personalidade.
          Dessa forma, admitida a pluralidade das existências, conclui-se que a individualidade deve possuir um conhecimento imensamente superior ao de cada uma de suas personalidades, pois soma ao conhecimento da atual personalidade tudo o que aproveitou das que representou nas existências pregressas.
                  Desse modo, na manifestação anímica, o médium pode expressar muitos conhecimentos que ele, enquanto personalidade, não possui. Daí decorre, muitas vezes, que não há como se saber se uma manifestação é anímica ou realmente mediúnica, ocorrendo esta última tão somente quando o espírito que se comunica não é o que está encarnado no médium.
          Entretanto, essa linha de pensamento não considera uma dicotomia (dualidade) entre fenômeno anímico e fenômeno mediúnico. Na grande maioria das vezes, o que ocorre é um estado intermediário com maior ou menor participação do espírito encarnado no médium em relação ao espírito desencarnado que por ele se expressa.

Religiões e Crenças baseadas no Animismo.










Muito interessante o texto sobre as Religiões e Crenças baseadas no Animismo, desde os primórdios da humanidade. Acesse o link http://pt.wikipedia.org/wiki/Animismo_africano

Qual é a ideia mais perigosa na religião?

          A religião é uma das forças mais potentes em questões humanas. Inspirou alguns dos momentos mais sublimes da história, mas também alguns de seus mais bárbaros. A Inquisição, explosões de clínicas de aborto, ataques suicidas no Iraque - tudo isso tem raízes em alguma forma de ideologia religiosa. Com isso em mente, fizemos a mesma pergunta a cinco pensadores religiosos de diferentes crenças: qual é a ideia mais perigosa na religião, hoje?
          A ideia mais perigosa na religião é a ideia que a força coerciva, violenta, é permissível em nome de Deus - qualquer Deus". "Você vê isso no Islamismo radical. Observe que eu disse radical, não islamismo apenas. A maior parte das pessoas morrerá se essa ideia se espalhar. Ajudará a envenenar o poço do debate e discussão sobre questões que as pessoas discordam. É corrosiva ao discurso público dizer que, se você discordar de mim, vou matar você. Faz erodir a liberdade de expressão, a assembléia e a adoração". Richard Land é presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul. Ele foi selecionado pela revista Times em 2005 como um dos 25 evangélicos mais influentes nos EUA - Siga as regras ou... - Wayne Dyer "Carl Jung (autor e psicanalista) tinha uma frase. A paráfrase é: "o principal problema da religião organizada é que o propósito da religião organizada é impedir as pessoas de terem a experiência direta de Deus. A religião é organizada em torno do princípio que a religião dará a experiência direta de Deus a você, desde que você se torne membro, siga as regras e contribua financeiramente". "A coisa mais importante que um ser humano pode reconhecer é que já está conectado a Deus, e essa conexão não é algo que se pode entregar a outra pessoa ou organização.
Uma das verdades do mundo físico é que você é como aquilo do que você veio. Se você pergunta como é uma torta de maçã, é como a maçã de onde veio". Wayne Dyer é um dos palestrantes de auto-ajuda mais populares do país. Ele é autor de 29 livros e apareceu frequentemente em especiais da PBS Minha religião está certa - Rabino Harold Kushner "Há uma noção que diz que, para eu estar certo, todo mundo que discorda de mim está errado. Ela torna a cooperação entre religiões mais difícil. Se eu acredito nisso, tenho que acreditar que a religião dos outros não presta, é inválida". "Você tem que entender que a religião não é sobre receber informações sobre Deus. Religião é sobre comunidade. O propósito primário não é nos levar ao céu, mas nos colocar em contato com as outras pessoas. Posso ter feroz lealdade a minha família sem denegrir a família dos outros. Posso ter feroz lealdade a minha religião sem denegrir a religião dos outros. Da mesma forma, meu vizinho pode dizer que sua esposa é a mulher mais maravilhosa do mundo. Posso tomar isso como uma declaração de amor, não como fato". O rabino Harold Kushner é um dos pensadores judeus mais famosos do país. Ele é conhecido por seu livro campeão de vendas "Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas". Converter outros para sua religião - Dr. Abdullahi Ahmed Nana'im "Não acreditaria em uma religião, se não acreditasse que é melhor que as outras. A noção de superioridade e exclusividade é inerente à crença religiosa. Pode ser perigosa ou não". "A ideia de trabalho missionário é muito carregada e perigosa, porque frequentemente envolve simplesmente apresentar crenças para alguém aceitar ou rejeitar. Sempre está baseada em poder. Os que têm a capacidade de proselitismo são mais poderosos. Têm os recursos para estabelecer escolas, hospitais. O trabalho missionário não é neutro. Tem base no poder. Você não encontra muçulmanos saindo para fazer proselitismo nos EUA. Mas você encontra americanos indo para todo tipo de país muçulmano." Dr. Abdullahi NaNa'im é acadêmico internacionalmente reconhecido do islã e de direitos humanos. Ele é professor da Universidade de Emory, uma visão tribal de Deus - Deepak Chopra "A ideia mais perigosa é: meu Deus é o único Deus verdadeiro e minha religião é a única verdadeira. Leva a brigas, divisões, terrorismo, preconceito, racismo e banhos de sangue". "As noções religiosas são programadas em nossa consciência em uma idade muito tenra. Achamos que são verdade. É muito difícil deixar essa condição, mesmo diante do raciocínio intelectual, por causa do aprisionamento emocional a nossa condição. Lutamos com emoções quando nossas crenças são ameaçadas". "Estamos em um ponto crítico em nossa evolução. Estamos começando a tomar consciência. Sabemos muito sobre a natureza. Temos uma boa ideia sobre o início do universo. Compreendemos em alguma extensão as leis da física, química e biologia. Ainda assim, para a vasta maioria das pessoas, apesar de termos telefones celulares e podermos fabricar bombas atômicas, nossa evolução psicológica e espiritual está em um nível muito tribal". "Deepak Chopra é diretor e co-fundador do Centro Chopra de Bem Estar em Carsbad, Califórnia. Ele é autor e palestrante famoso por integrar a medicina Ocidental com tradições de cura natural do Oriente.

Tradução: Deborah Weinberg.

domingo, 27 de março de 2011

Diversidade Religiosa - a regra de ouro das religiões.

          A regra de ouro de Norman Rockwell (1894-1978) ilustra o tema fundamental de todas as religiões: fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. O artista quis sublinhar a importância de se almejar a tolerância quanto às crenças alheias e o fato de cada religioso dever respeitar como os outros diferentes de si.
          Rockwell era um ilustrador de revistas (na verdade: 321 capas da revista The Saturday Evening Post), principalmente notável pelas suas capas que representavam as idiossincrasias da vida americana, mas, no seu último trabalho, como A REGRA DE OURO (the goldem rule), foi se preocupando cada vez mais com os assuntos morais. Cresceu sua fama ao pintar também os retratos dos presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim como o de outras importantes figuras mundiais, tais como Gamal Abdel Nasser e Jawaharlal Nehru. E o seu último trabalho foi o retrato da cantora Judy Garland, em 1969. Morreu aos 89 anos, em consequência de um efisema.
          Quanto a REGRA DE OURO, que é nosso assunto principal: a ética da reciprocidade é um princípio moral geral, que se encontra em praticamente todas as religiões e culturas, frequentemente como regra fundamental. Este fato sugere que pode estar relacionada com aspectos inatos de natureza humana. Na maioria das formulações toma uma forma passiva, como a que é expressada no Judaísmo: "O que é odioso para ti, não o faças ao próximo". Na cultura ocidental, no entanto, a fórmula mais conhecida é a que foi formulada por Jesus, no Sermão da Montanha: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles" (Mt. 7,12). No Zoroastrismo "Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria - Dadistan-i-Dinik 94:5".
          No Budismo: "Não atormentes o próximo com o que te aflige - Udana-Varga 5:18".
          No Hinduísmo: "Esta é a suma do dever: não faças aos outros aquilo que se a ti for feito, te causará dor - Mahabharata (5:15:17)". 
          Desde a Antiguidade a Regra de Ouro tem sido uma ótima referência moral. Pensadores gregos e judeus, Confúcio, Jesus e outros professores de Ética ensinaram esse princípio, chamado "de ouro" para indicar sua posição privilegiada como regra fundamental da vida.
          Sendo assim, se aplicada, o caminho para o entendimento seria mais fácil.

Texto: Jota Bê.